domingo, 11 de dezembro de 2011

SONORIDADES MÚLTIPLAS 02



Este zine resgata minhas andanças pelos palcos roqueiros com comentários de shows que assisti no início da década de 1990. Muito rock’n’roll, tudo ilustrado por feras do quadrinho nacional. 



Laudo Ferreira Júnior (capa), Alex Doeppre, Anderson Ferreira, DeLima Júnior, Edgar Franco, Gazy Andraus, Gervásio Santana, Jader Corrêa, Jusciniano Carvalho, Luciano Irrthum, Marcelo Dolabella, Maria Jaepelt, Marcelo Tomazi, Paulo Fernando, Ronilson Leal, Sandro Andrade. 



Serviço: 20 páginas, xerox, R$ 3,00
Pedidos: tchedenilson@gmail.com

MOTORHEAD


Ilustração: Henry Jaepelt

Heavy metal. Música pesada. Dentro desta linha pesada da música existem várias divisões. Há um heavy progressivo tipo Led Zeppelin, há o heavy anos 70 tipo Black Sabbath, há o heavy anos 80 tipo Iron Maiden, tem o speed metal e dead metal e assim vai. Quando assisti ao Motorhead não curtia  muito heavy, a não ser o dos anos 70 ou algo mais progressivo.

Dia 17 de março de 1989, era novamente o palco do Gigantinho e o que pintava desta vez era um show de heavy. Cerca de 3 mil pessoas ou metaleiros compareceram ao show. Pouco? Claro! Mas foi o suficiente, pois do que adianta ir 15 mil, mas todos sem consciência do que é o heavy, por isso que digo que foi suficiente aqueles malucos que ao entrar davam cambalhotas, se arrastavam no chão, pulavam, se abraçavam, gritavam: “entrei nesta merda!” e principalmente balançavam a cabeça agitando com um som mecânico.

Após meia hora do show de abertura os ilustres da noite, o Motorhead, exatamente às 22h30 sobe ao palco pronto para balançar as estruturas do Gigantinho. O Motorhead é considerado uma das bandas mais barulhentas do heavy e realmente estavam dispostos a provar isto para o público gaúcho. “Boa noite Porto Alegre” e muitos outros gestos para animar os metaleiros fazia Lemmy, vocalista e baixista da banda. Eles começaram fazendo um heavy mais pesado, mas com o decorrer do show ia pintando músicas menos barulhentas, mas sempre pesada. Mas é isso aí pessoal, Motorhead veio para provar que tem muito metaleiro por aqui, louco para agitar e balançar a cabeça.

Texto: Denilson Rosa dos Reis
Ilustração: Henry Jaepelt (SC)

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

TITÃS


Dia 22 de outubro de 1988, sábado, estou me dirigindo ao Gigantinho que vai ser palco do melhor do rock nacional (divulgação na imprensa), são os Titãs. Eu particularmente no sou um fã número 1 da banda, mas gosto do som dos caras, principalmente do LP Cabeça de Dinossauro. Já Jesus Não tem Dente no país dos Banguelas não me pareceu tão bom, pois faltou a fúria do LP anterior.

Um dia antes o Nando reis disse em uma FM local: “os Titãs vão detonar o Gigantinho!” Não foi diferente, detonaram mesmo. Dos shows que foi este ano, este foi o que mais sacudiu a galera, ninguém ficou sentado durante uma hora e meia de show, comandado pelos 9 Titãs, sim, 9 Titãs, pois foi convidado Liminha para subir ao palco. Quero destacar a performance do baterista Charles Gavin, muito bom este cara. Agitação e porrada! Titãs!

Texto: Denilson Rosa dos Reis
Ilustração: Gazy Andraus (SP)

NEW ORDER


A banda inglesa New Order esteve no Gigantinho em Porto Alegre dia 28.11.88 e eu novamente estive lá para conferir de perto o show da banda que veio do Joy Division. O show do New Order é bom, legal de curtir, mas eles pecam num ponto: a cada música ficavam cerca de um minuto para começar a próxima, o que ocorre devido o uso de computadores, o que para mim é um ponto negativo e embora eu sendo leigo no assunto creio que uns 70% do som era pré-gravado, principalmente a bateria, teclado e os efeitos sonoros que é um marca do som do New Order. Mas Isto ainda se aceita pois é o estilo da banda.

Desta vez senti que o público estava mais consciente do que queria, isto certamente por causa das danceterias aqui do Sul que rodam praticamente umas 10 músicas da banda a cada festa. O público girava entre 14 a 20 anos, muitas gatinhas todas achando o máximo o som da banda e provando que uma banda de postura independente, embora um pouco comercializada, pode fazer tanto sucesso quanto uma comercial.

Voltando ao New Order o destaque fica com o baixista Peter Hook e o guitarrista e vocalista Barney Summer, os quais agitaram bastante. Já a tecladista Gillian Gilbert parecia abatida no palco agitando muito pouco, e o baterista Steve Morris manteve-se no nível. New Order foi um bom show, não chegando a ser ótimo, mas valeu a pena conferir de perto.  

Texto: Denilson Rosa dos Reis
Ilustração: Daniel HDR (RS)

terça-feira, 13 de setembro de 2011

NEI VAN SÓRIA ACÚSTICO

Denilson, Nei e Henrique

Nei Van Sória, fundador de duas fundamentais bandas do chamado Rock Gaúcho, trilha hoje uma respeitável carreira solo com seis discos e um DVD ao vivo. A carreira do músico (guitarrista), cantor e compositor, começou ainda na década de 1980, com a formação da banda TNT. Logo em seguida, junto com o vocalista Flávio Basso (Júpiter Maçã), criaram a visceral banda Os Cascavelletes. Ambas as bandas tiveram uma grande repercussão nacional, tornado-se ícones da formação da identidade do Rock Gaúcho.

Em meados da década de 1990, Nei começa uma sólida carreira solo com o lançamento do disco “Avalon” (1995). Depois veio “Jardim Inglês”, disco mixado em Nashville (EUA) com o clip da música que dá título ao disco, tendo sido gravada na Inglaterra. Van Sória lança ainda os discos “Cidade Grande”, “O Dia Mais feliz da Minha Vida”, “Só” (gravado ao vivo no Teatro Renascença/POA) e “Mundo Perfeito”. Lançou também um DVD ao vivo intitulado “Nei Van Sória – 40 Anos”, gravado no Bar Ocidente.

Tive a oportunidade de ver o show acústico de Nei Van Sória dia 18 de agosto de 2011, no Teatro do SESC, na cidade de Gravataí, região metropolitana de Porto Alegre. O local foi perfeito para o show de Nei, que com uma formação básica (violão, baixolão, bateria e mais um teclado/sanfona), desfilou músicas de seus 40 anos de rock. Começou com duas clássicas do TNT: “Entra Nessa” e “Eu Tô na Mão”, para em seguida tocar músicas de sua carreira solo: “Susie”, “Só”, “O Dia Mais Feliz de Minha Vida” e “Jardim Inglês”. Também estiveram presentes as duas baladonas da época de Os Cascavelletes: “Sob Um Céu de Blues” e “Lobo da Estepe”. Nei ainda homenageou o Rock Gaúcho com “Pinhal” do Cidadão Quem e os 4 garotos de Liverpool em “We Can Work It Out”. Finalizou o show com “Suspicious Minds”, imortalizada na voz de Elvis Presley.

Texto: Denílson Rosa dos Reis

ROCK ALVORADENSE

Imagem: Diego Müller
Alvorada ainda não revelou uma grande banda de rock para o cenário nacional, embora alguns músicos saíram da cidade e mostraram serviço. Mas isso não significa que não exista uma cena roqueira local. Lutando a duras penas, as bandas locais sempre estiveram em busca de um local para mostrar sua música. Analisando a cena local a partir de meados da década de 80 do século passado, vamos comprovar que sempre foi muito difícil mostrar o rock produzido em Alvorada. A Casa do Trabalhador é apontada como o embrião do rock produzido em Alvorada na segunda metade de 1980. A Casa era um espaço cultural situado na Av. Presidente Vargas, parada 50 onde, por volta de 1987, algumas bandas como Os Contra e Dupa Szasrana, faziam ensaios que eram considerados shows para o público freqüentador da Casa.

Mas, um ano antes, o público roqueiro começava a mobilizar-se pedindo, através de um abaixo-assinado com 570 assinaturas, junto a Sociedade União – clube social da cidade – shows de rock. Foi quando bandas consagradas no cenário porto-alegrense por aqui passaram, tais como: Replicantes, Os Eles, Engenheiros do Hawai e Júlio Reny & Expresso Oriente. Além das bandas de fora, ocorreram festas com a participação de bandas locais. Em 1987, o bar O Butikin vai tornar-se o ponto de encontro para os roqueiros. No início, o bar era apenas um local de venda de bebidas para o pessoal que se reunia na Casa do Trabalhador, mas, aos poucos, foi abrindo suas portas para que bandas locais mostrassem seus trabalhos. O bar abria o espaço, os músicos levavam o equipamento e bandas como Câmaras Mortuárias, Alcalóide e Dispersivos tocavam seus acordes, ou melhor, riffs. A cena estava criada, era preciso agora um grande evento.

Como a cena estava acontecendo, era preciso um grande evento. No dia 15 de fevereiro de 1987 ocorreu o Rock no Parque, organizado pelo Conselho de Cultura e com promoção de Ricardo Bolonha. O evento foi um sucesso. Chamadas de jornais e rádios diziam que o “rock passava por Alvorada naquele fim-de-semana”. Talvez por isso, 30% do público veio de fora da cidade. O evento reuniu os principais nomes da cena alternativa gaúcha como Justa Causa e Guerrilheiro Anti-Nuclear, além das bandas da cidade como Hagar e os Horríveis. O Rock no Parque teve até cobertura da TV. O final da década de 1980 era um momento em que surgiam muitas bandas gaúchas de postura contestatória (anarco-punk), era o auge dos Replicantes. Em Porto Alegre, tínhamos o Ocidente (casa de shows) e Vortex (Estúdio, Bar, Loja). Aqui em Alvorada, neste rastro, entrava O Butikin, devido à persistência do público, que transformou o local numa referência do rock independente, com a passagem de vários nomes do underground porto-alegrense. Não era raro a rádio Ipanema FM entrar ao vivo do Butikin para todo o Estado. Com o fechamento do Butikin, o espaço só foi suprido a partir dos anos 1990 com bares como Toscana, Woodstock e Manicômio, que abriram as portas para as bandas locais, a maioria cover, mostrarem o seu trabalho.

O poder público também foi pressionado a abrir espaço para o rock local. Em 1990, na comemoração dos 25 anos do Município, tivemos duas semanas com festas e eventos culturais na praça central. Aos sábados, o palco foi reservado para as bandas de rock, onde se apresentaram: Kaos, Rapeizes do Rock, Esfinge de Cristal, 4HP e Flanger; esta última, com até música tocando em rádio FM. A partir do ano 2000, a Feira do Livro e as comemorações de aniversário do Município tornaram-se a grande oportunidade para as bandas mostrarem seu trabalho mum espaço mais amplo e qualidade de som. Bandas como Fluxo Urbano e Eletro Acústica ocuparam o palco da Feira para grandes shows com público numeroso.

Muitas bandas procuraram criar espaços alternativos a partir de eventos conjuntos. Rock na Calçada, Ensaio de Rua (já passou de uma dezena de edição) e Castro Rock (realizado pelo Colégio Castro Alves) serviram de laboratório para bandas, que vão do reggae ao metal, passando pelo hard core e chegando ao blues da banda Ferro Velho. O rock de Alvorada sobrevive lutando por um espaço para consolidar a cena. Tivemos até o momento, locais sazonais e temporários, conquistados pela luta dos músicos e todos aqueles engajados na proposta de fazer crescer o rock na cidade. Mas o rock não parou em momento algum e continuará caminhando em busca de seu templo.

Texto: Denilson Rosa dos Reis
Ilustração: Diego Müller
Texto originalmente publicado no livro Raízes de Alvorada

domingo, 28 de agosto de 2011

AOS 27 DO 1º TEMPO

Segundo estudos, o ser humano vive em média 80 anos. Se formos transformar nossa vida numa partida de futebol, teríamos dois tempos de 40 anos. O 1º tempo é a fase das descobertas, experiências, criatividade e inspiração. No 2º tempo – mais maduros – fica a inspiração e a criatividade, mas já com mais cautela e, muitas vezes, bastantes comedidos.


Na música, a carreira dos artistas é explosiva no 1º tempo, enquanto no 2º tempo os artistas acabam sobrevivendo de uma carreira consolidada. Não que isso seja errado, é direito dos artistas usufruírem da fama construída até a metade de suas vidas, principalmente para aqueles que tiveram muita criatividade e ainda sabem usá-la para satisfazer um determinado público.


Recentemente, a cantora inglesa Amy Whinehouse interrompeu sua carreira artística aos 27 anos, no auge de sua criatividade e inspiração, entrando para o famoso “Clube dos 27” – artistas mortos com esta idade. Só para lembrar: Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison, Brian Jones e Kurt Cobain tiveram suas vidas interrompidas nessa idade.


Para os fãs da boa música, feita com muita inspiração e criatividade, é lamentável ver estes excelentes artistas saírem do jogo da vida tão precocemente. Quanta música boa, canções maravilhosas e composições criativas teriam saído das mentes brilhantes se eles estivessem entre nós. Agora, resta a obra que ficou para ser aproveitada e apreciada pelas novas gerações.


Texto: Denílson Rosa dos Reis

Ilustração: DeLima Júnior (RS)

JETHRO TULL

Terça-feira, 2 de agosto de 1988. Novamente estou no Gigantinho. Desta vez a festa fica por conta do lendário Jethro Tull. Identifico-me muito com o rock feito no final dos anos 1960 e início dos anos 1970 e foi nesta época que surgiu o Tull. Agora, já com 20 anos de estrada, o Jethro Tull pinta aqui no Sul e eu, de maneira nenhuma, poderia perder este espetáculo.

Foram exatamente 2h de muito rock (folk, progressivo, psicodélico, heavy), tudo comandado por Ian Anderson, mesmo quarentão, com todo o pique magistral de sempre. Alias, a banda subiu ao palco acompanhados de enfermeiras, em cadeiras de rodas, fazendo uma alusão ao fato de serem velinhos. Mas, velinhos bom de rock! Como disse eu não poderia perder este espetáculo e muito menos deixar de registrar nos anais deste blog o espetáculo apresentado pelo Jethro Tull.


Texto: Denilson Rosa dos Reis

Ilustração: Diego Müller (RS)

quinta-feira, 14 de julho de 2011

LEGIÃO URBANA


Dia 4 de junho de 1988. Um sábado muito frio em Porto Alegre, principalmente porque ainda estamos no outono. Hoje tem Legião Urbana ao vivo no Gigantinho com o lançamento do LP Que País é Este e é para lá que vamos nós, bem agasalhados vermos este show. Mesmo pegando um pouco de chuva no caminho, chegamos sem problemas. Ainda era cedo, mas como iríamos de pista livre tínhamos que chegar cedo à fila. Alguns conhecidos podiam ser vistos nos arredores do ginásio e uns que chegavam mais tarde queriam furo na fila – que bronca! Abriram-se os portões e lá fomos nós disputar o melhor lugar para ver o show. Tudo estava normal, podiam-se ver algumas camisinhas flutuando pelo público. De repente começou a lotar o ginásio e o tradicional empura-empura começou. Estávamos comprimidos uns aos outros, tinha horas que chegávamos a flutuar, apenas escorados em outros. Dizia eu “quando começar o show o pessoal vai dar uma folga”, mas enquanto isso tínhamos que agüentar as pontas. Quem realmente sofria eram as meninas.


De repente apagaram-se as luzes e logo estavam Dado Vila-Lobos, Marcelo Bonfá, Renato Rocha e Renato Russo no palco, era a Legião entre nós. A primeira música foi Que país é Este, mas ali na pista continuava o empura-empura. O show prosseguia e logo o pessoal foi parando de empurrar e eu aproveitava para ir mais à frente. O show estava ótimo com letras bastante conhecidas, o público acompanhava o Renato sempre cantando, delírio! Logo Renato vira uma múmia mostrando como um cara de Brasília ficou de tanto tomar bolinhas. A cada música Renato lembrava algo: “está é para o pessoal que foi nos visitar no hotel – Quase Sem Querer; “vocês sabem que construíram uma usina num dos mais belos litorais do Brasil” – Angra dos Reis; Assim ele foi durante o show, teve música para os estudantes, mulheres, sobre a masturbação juvenil, etc. Um grande momento foi a lembrança aos que nos deixaram começando com Hendrix, passando por Joplin e chegando à Elis. Tudo muito bom, tudo muito bonito, mas para mim quem realmente brilhou foi o guitarrista dado.


Acaba o show com a música Será. Logo eles voltam ao palco para tocarem mais duas: Índios e novamente Que País é Este, só que desta vez Dado barbarizou na guitarra.


Texto: Denilson Rosa dos Reis

Ilustração: Marcelo Dolabella

NEI LISBOA


Capão da Canoa é uma das melhores praias do litoral gaúcho e foi em Capão que Nei Lisboa começou uma série de apresentações pelo verão cultural, promoção do Codec e governo do estado. Logo pela manhã já começaram a montar o palco, para o show que deveria começar às 21h. Cheguei lá na hora, mas o Nei ainda estava passando o som prometendo voltar às 22h. Logo notei que a banda não viria. No momento não gostei da idéia, pois ainda não tinha visto o Nei ao vivo e gostaria de vê-lo com a banda. Antes de começar o show falei com o Nei que confirmou: “é, vai ser violão e voz”. Terá playback? “Não!”.


Logo que começou o show, Nei provou que pode manter um pique mesmo sozinho. Antes de o primeiro convidado subir ao palco, Nei tocou entre outras, “Toda Forma de Poder” e “Carecas da Jamaica”. Nei chama Mutuca (um dos percussores do rock gaúcho) e tocaram alguns blues com Mutuca acompanhando nei com a harmônica. O destaque ficou para a música “Faxineira”. Após mais algumas músicas Nei chamou mais um convidado, o Falcão – “não o jogador”, que interpretou Maria Betânia.


Nei Lisboa, 10 anos de carreira e 4 Lps, provou que mesmo sem a banda pode detonar seu som. No final fui cumprimentar o Mutuca pela sua participação e ele confessou: “achei que não conseguiria fazer o que fiz”. Mas fez!


Texto: Denilson Rosa dos Reis

Ilustração: Marcelo Tomazi

quinta-feira, 9 de junho de 2011

HEART FAILURE


(Janeiro 1992 – Maio 1993)
Banda formada em janeiro de 1992 por Leandro (bateria), Denilson (baixo), Andrés e Mario (guitarra) e Lauro (voz). A banda sempre pecou pela falta de regularidade, e essa formação durou apenas três meses. Durante este tempo o repertório foi praticamente composto por covers de blues e algumas composições do guitarrista Mario. O próprio acabou deixando a banda logo em seguida. Com a sida de Mário, Denilson e Lauro aproveitaram a parada para comporem novas músicas.


Em setembro do mesmo ano a banda volta a ensaiar com o novo repertório composto por Denilson e Lauro e com modificações internas na formação da banda. Com a saída de Mário, Denilson passou para a guitarra ao lado do Andrés, Leandro continuou na bateria e Lauro, além da voz assumiu o baixo. O repertório ficou mais rock’n’roll, com pegada funk e sem esquecer o blues. A banda ensaia por quatro meses e gravam uma demo-ensaio e novamente dão uma parada.


A volta se deu em abril de 1993 em virtude de um convite para uma apresentação em maio. Foi um mês de ensaio e uma boa apresentação. Para uma estréia, a banda se portou bem no palco e até conseguiu agitar o público com seu blues-rock-funk, mesmo este sendo composto por praticamente só metaleiros. Mas, após este primeiro e único show a banda definitivamente pendura as guitarras.


Texto: Denilson Rosa dos Reis

Ilustração: Anderson Ferreira (RS)

BANDALIERA


Dentro do Projeto Guaíba Vive a Bandaliera, banda de rock básico eu surgiu a partir da ajuda de Fuguetti Luz, ex-vocalista do Bixo da Seda (percussores do rock gaúcho), deu o seu recado. Falando em Bixo da Seda, o baterista Fábio deu lugar ao ex-baterista da Bixo. A velha geração do rock’n’roll unida à nova. Muito bom mesmo é poder ver o duo de guitarra entre Marcinho e Duka Leindeker. Aliás, o Duka continua com sua carreia solo. Mas como sempre o agito fica por conta do vocalista Alemão Ronaldo. O ponto baixo foi tocarem uma balada, isto é coisa para rádio, ao vivo o público está afim é de detonar o rock’n’roll.


Texto: Denilson Rosa dos Reis

Ilustração: Marcel de Sousa (RS)

segunda-feira, 2 de maio de 2011

SONORIDADES MÚLTIPLAS


Prezados Amigos!


Estréia hoje um novo blog da Tchê Produções HQ, o2010, trazendo comentários de shows de minhas andanças pelas platéias da vida, sejamreproduzindo estes comentários, tanto os datados como os mais recentes. Osobra prima de Laudo Ferreira Júnior. Sempre que puderem deixem comentários e assinem Sonoridades Múltiplas. A idéia é a mesma, levar para o mundo virtual as publicações impressas. O fanzine Sonoridades Múltiplas iniciou sua trajetória ano passado – em estádios, ginásios, teatros ou praças públicas. No blog, mensalmente estarei artigos virão sempre com ilustrações de desenhistas renomados do quadrinho nacional, e na estréia, uma como seguidores. Para adquirir o zine impresso, entre em contato por e-mail. Boa leitura!

OZZY OSBOURNE


Imagem: Laudo Ferreira Júnior
Nos anos 1970, o vocalista do grupo de heavy metal – Black Sabbath – Ozzy Osbourne, tornou-se uma das figuras mais representativas do rock mundial. No palco, sua banda chamou atenção por um som agressivo, com batidas pesadas e andamento rápido em muitas de suas linhas melódicas e riffs de guitarra. Ozzy também se destacou pelas excentricidades: mordia morcegos ao vivo, usava crucifixo virado e se colocava do lado negro da força. Muitos o consideravam satanista. E as drogas? Ozzy chegou a comentar: “Tomei tanta droga que isto alterou meu DNA”.

Aos 62 anos, Ozzy chegou ao Brasil com a turnê “Scream” e Porto Alegre foi o primeiro compromisso, no dia 30 de março de 2011, no Ginásio Gigantinho, onde sua banda – Black Sabbath – com Ronnie James Dio (hoje falecido), já havia se apresentado em 1992. Por volta das 18h, o público já era intenso, o que se confirmou com quase 15 mil pessoas dentro do Ginásio na hora do show, que teve abertura dos gaúchos da banda Gunport.

Quando o relógio marcou 21h e apagaram-se as luzes, Ozzy Osbourne subiu ao palco e mostrou suas credenciais com a clássica “Bark At The Moon”, de seu disco solo de 1983. Logo foi desfilando repertório de sua respeitável carreira solo e o público reverenciando o denominado ‘Príncipe das Trevas’ – alusão a seus áureos tempos. Em “Mr. Crowley”, o Gigantinho virou uma catedral gótica com a tecladeira sinfônica da abertura. Mas, quando vieram as clássicas do Sabbath, “War Pigs” e mais tarde “Iron Man”, o público foi ao delírio, o coro em “War Pigs” foi de arrepiar! Durante 1h e 40min Ozzy Osbourne pulou no palco, caminhou de um lado para o outro, conversou com o público, além de sorrir o tempo todo demonstrando que estava curtindo a apresentação.

Para um senhor que poderia ser avô de boa parte dos que o assistiam, mostrou pique de um ‘iron man’ e ainda bateu cabeça par a par com o guitarrista Gus G. Além de Gus, acompanharam Ozzy o tecladista Adam Wakerman e a cozinha do White Zumbie Rob Blascko (baixo) e Tommy Clufetos (bateria). No bis, Ozzy apresentou “Mama, I’m Coming Home” e “Paranoid”, para deixar todos paranóicos com o showzaço.


Texto: Denilson Rosa dos Reis
Ilustração: Laudo ferreira Júnior (SP)