domingo, 26 de agosto de 2012

BLACK SABBATH

Ilustração de Jusciano Carvalho

Quarta-feira não é o melhor dia para se curtir um show, principalmente se for no inverno e estiver chovendo. Mas, morar em Porto Alegre é isso, show internacional fim de semana fica sempre para RJ e SP, mas tudo bem. O Black Sabbath, lendária banda dos anos 1970 e a precursora do heavy metal chegou a POA dia 1º de julho de 1992, numa quarta-feira para um memorável show no Ginásio Gigantinho trazendo na bagagem além da segunda formação (Ronnie James Dio, Geezer Butler, Tony Iommi e Vinnie Appice), o lançamento do novo LP “Dehumanizer”.

O show estava previsto para as 21h e só às 20h e 45min foram abertos os portões, com um dado curioso. Dizem que metaleiro é agitador e anarquista. Mesmo com esta demora não houve tumulto na entrada, ao contrário do show do Faith No More – nada contra a banda, que 70% do público eram de “mauricinhos” e “patricinhas” e quase houve um massacre na entrada.

As 22h e 15min o Black Sabbath sobe ao palco vendo os quase oito mil metaleiros para uma viagem as origens do heavy metal. O show não poderia ser melhor, além das canções do novo LP o Sabbath detonou todas as músicas que o público queria ouvir. Ninguém ficou decepcionado, até eu que prefiro os vocais do Ozzy tive de dar o braço a torcer pro Dio, o cara comandou o público excepcionalmente e com um excelente vocal. Iommi não é considerado um guitarhero, mas sua guitarra precursora do heavy é incomparável. No solo Iommi detonou riffs pesados misturados a solos rápidos tendo como fundo um sintetizador monstruoso. Vinnie é um demolidor de bateria, enquanto Butler mantém a marcação para Iommi. O show foi maravilhoso, músicas como “War Pigs”, “Sabbath Black Sabbath”, “Heaven and Hell” e “Iron Man” levaram o público ao delírio. O bis não poderia ser mais paranóico, afinal eles atacaram de “Paranoid”.

Texto: Denilson Rosa dos Reis
Ilustração: Jusciano Carvalho (DF)

IAN GILLAN

Ilustração de Sandro Andrade

Mais um dinossauro do rock desembarcou em Porto Alegre para alegria de autênticos roqueiros sedentos de um bom rock’n’roll. Ian Gillan, a voz do Deep Purple fez show no Auditório Araújo Vianna no dia 9 de maio de 1992 em lançamento de seu mais recente álbum “Toolbox”. Este é o 7º da carreira solo de Gillan, mas nada se compra a sua colaboração com o Deep Purple e até mesmo com o álbum que gravou nos anos 1970 com o Black Sabbath. Ano passado teve o Purple sem Gillan e sentiu-se a sua falta. Este ano tem o Gillan sem o Purple e sentiu-se falta deles. Mas vamos ao show.

Com meia hora de atraso começou o show que estava previsto para as 21h. Gillan subiu ao palco com cabelos soltos dançando e batendo palmas, o público vibra ao ver seu ídolo de perto. As músicas deste seu álbum “Toolbox” não são conhecidas do público, mas o pessoal aplaude a cada final de música. Mas quando Gillan chama “Black Night” à coisa é diferente e o pessoal canta junto, num clima emocionante. Gillan conduz o show exatamente como manda o figurino, solta seus famosos agudos e gemidos, toca harmônica, e, pasmem, faz um solo em uma tumbadora.

Enquanto isso a banda vai fazendo seu papel. O baterista Leonard Haze fica na sua; o guitarrista Dean Howard infelizmente deixa a desejar; o baixista Brett Bloomfield é um monstro, um excelente músico, o cara literalmente rouba o show de Gillan, fica o tempo todo batendo cabeça e fazendo caretas para o público. O show foi bom, isto se levando em consideração que era Ian Gillan que estava lá no palco. O final, a exemplo do show do Deep Purple foi com “Smock On The Water” e o público delirou.

Texto: Denilson Rosa dos Reis
Ilustração: Sandro Andrade (RS)