quarta-feira, 23 de maio de 2012

DEEP PURPLE


Ilustração de Alex Doeppre
Cabelo branco e o melhor do rock’n’roll anos 70. Foi exatamente isto que o público gaúcho e até alguns catarinenses – estes que viajaram mais de 6h – puderam ver no Gigantinho, em Porto Alegre no dia 23 de agosto (1991), pois quem tocaria era nada mais, nada menos que Deep Purple. Com 23 anos de estrada, o Deep Purple é uma daquelas bandas que qualquer roqueiro que se preze gostaria de ver. Mais uma para por na lista das lendas vivas do rock que pisaram em Porto Alegre como Jethro Tull que veio em 1989 e o Eric Clapton em 1990.

O show começou pontualmente às 21h30min, com a abertura que ficou por conta de um dos pioneiros do rock gaúcho, Fughetti Luz, acompanhado do guitarrista Marcinho Ramos. O Fughetti é o principal letrista da Bandaliera e o Marcinho o guitarrista, e ambos empolgaram a massa com sucessos da Bandaliera. Após a abertura veio um show de raio laser e o Deep Purple entra detonando “Burn” e a galera, vai ao delírio para se deliciar logo em seguida com “Black Night”, onde a banda colocou trechos de “Child in Time”. Depois eles deram um tempo nos clássicos e atacaram com músicas do novo LP “Slaves and Masters”. Mas o público queria mesmo eram os velhos clássicos, e logo veio “Perfect Strangers” e “Highway Star”. Um dos momentos hilariantes ficou por conta do Blackmore quando ele ajoelhou-se e estendeu sua guitarra fender para a massa, inesquecível, principalmente para quem estava entre a primeira e segunda fila da pista como eu.

Com exceção do vocalista Joe Lyn Turner que deixou a desejar, a banda esteve ótima. A cozinha baixo/bateria de Glover/Paice respectivamente, manteve o pique. John Lord detonou “Aquarela do Brasil” em seu solo e Ritchie Blackmore extravasou tocando a “nona” de Beethoven ao melhor estilo do tempo do Rainbow. O show foi realmente demais, e para torná-lo inesquecível, o bis veio com “Smoke on the Water”. Depois de aproximadamente 1h45min o público saiu satisfeito por ter visto mais um dinossauro do rock bem de perto.

Texto: Denilson Rosa dos Reis
Ilustração: Alex Doeppre (RS)

FAITH NO MORE


Ilustração de Luciano Irrthum
Faith No More, a grande revelação do Rock in Rio II encerrou sua turnê Sulamericana em Porto Alegre no dia 27 de setembro (1991). O show prometia muito, pois a banda goza de um carisma enorme, tanto junto aos ouvintes de FM’s quanto junto ao pessoal do rock pesado, afinal eles conseguiram unir bem o peso do metal com o pop das FM’s.

A abertura ficou por conta da banda Maggie’s Dream, que tem como vocalista o ex-Menudo Robbie. Não é pela presença do Menudo, mas a banda não me empolgou nem um pouco, embora o baterista fosse muito bom. O público então, não perdoou, foi vaia em cima de vaia e uma chuva de papel atirado ao palco. Mesmo assim o cara não se intimidou e tocou quase uma hora. Após a abertura veio uma demora na entrada do FNM, ocasionado pela retirada do equipamento da Maggie’s Dream e a montagem do palco para o FNM. Mas valeu a pena, pois quando o FNM subiu ao palco o delírio tomou conta do público e ninguém mais se importou com a demora.

O FNM é realmente uma boa banda, e no palco, são melhores ainda. Mike Patton é um endiabrado, pula de um lado para o outro, faz caretas, bate cabeça, pirado total e ainda estava vestido ao melhor estilo sambista, com um terno de linho branco e camisa vermelha, é mole! Mas o que surpreendeu mesmo foi Jim Martin e Bill Gould, vestidos com trajes típicos gaúchos, bombachas, botas e até lenço no pescoço. Uma cena no mínimo hilária. De toda a banda, Mike Patton (vocal), Mike Bordim (bateria), Rodd Bottum (teclados), Jim Matim (guitarra) e Bill Gould (baixo), o que mais me surpreendeu foi mesmo o último, um excelente baixista, no seu estilo é claro. O show teve seu ponto alto do meio para o final, quando começaram a detonar músicas como “Surprise You’re Dead” “Epic” – que infelizmente não ficou muito bem executada, e o bis que veio com a versão de “War Pigs” do Black Sabbath.

Texto: Denilson Rosa dos Reis
Ilustração: Luciano Irrthum (MG)