quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

2º BB Blues and Jazz

Autógrafo de Stanley Jordan
A população porto-alegrense e das cidades vizinhas tiveram uma grande oportunidade de ouvir música da melhor qualidade e ver músicos fantásticos no palco. Dia 08 de outubro de 2016 realizou-se no Parque da Redenção em Porto Alegre/RS o 2º BB Blues and Jazz. O evento trouxe para o parque nomes consagrado do blues e do jazz, tanto com atrações nacionais como internacionais. O mais bacana é que os shows ocorreram ao ar livre e com entrada franca. Imperdível para os amantes da boa música.

O evento começou ainda pela manhã, se estendeu pela tarde e início da noite. Foram sete atrações, com músicos locais, nacionais e internacionais. Representando o blues gaúcho tivemos João Maldonado Trio. O blues nacional ganhou destaque com a Blues Etílicos. Já o jazz foi representado por Orleans Street Jazz Band, O Bando, Hamilton de Holanda e Dudu Lima, que contou com a participação do guitarman Stanley Jordan. O show de encerramento ficou por conta de Maria Gadú, com um repertório repleto de clássicos do blues contemporâneo.

Os destaques do evento foram Blues Etílicos e Dudu Lima com Stanley Jordan. A banda Blues Etílicos mostrou um blues moderno e com uma pegada roqueira já clássica da banda. Mostrou porque é a melhor banda do gênero, empolgando o público com composições próprias e releituras fantásticas. Dudu Lima, que veio mostrar seu mais recente trabalho, subiu ao palco em formato trio até chamar Stanley Jordan para participação especial. Jordan mostrou toda sua técnica tapping, e levantou os espectadores interpretando canções clássicas como “Eleonor Rigby” dos Beatles e “Stairway to Heaven” do Led Zeppelin. O show de Dudu Lima teve ainda a participação do lendário baterista Ivan “Mamão” Conti.

Precisamos de mais iniciativas como esta para mostrar a população que música boa não é aquela que roda massivamente nas rádios. Que venha o próximo!

Confira Blues Etílicos ao vivo em Porto Alegre clicando na imagem abaixo:


Confira Stanley Jordan ao vivo em Porto Alegre clicando na imagem abaixo:


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Texto, fotos e vídeo: Denilson Rosa dos Reis 

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Tequila Baby em Alvorada

Henrique Reis, Duda Calvin e Denilson Reis
O dia 13 de agosto de 2016 marcou a primeira apresentação da banda porto-alegrense de punk-rock, Tequila Baby em Alvorada/RS. Conheci Duda Calvin, vocalista da Tequila Baby, no início dos anos 90, andando pelos corredores do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UFRGS, onde nós cursávamos História. De lá para cá, sempre fiquei na expectativa de quando a banda tocaria na minha cidade. Então, mais de 20 anos depois a banda chega por aqui.

Como uma banda com duas décadas de estrada demorou tanto para tocar na cidade? Duda ao subir no palco falou: “finalmente vou poder gritar, Alvorada, nós somos a Tequila Baby”. Demorou muito para o grito de guerra da banda ser gritado em Alvorada. A banda teve que fazer um baita sucesso e gravar 8 discos, sendo um ao vivo ao lado de Mark Ramone, para chegar até a cidade.

Mesmo com todo este sucesso e reconhecimento do público, no show de Alvorada este público ficou bem aquém do que era esperado pela produção do evento. No final do show ficava visível a frustração dos produtores Bolonha e Serginho com a falta de comparecimento do público, algo que deve até influenciar em novas produções.

O importante é que o público que foi ao show não pode reclamar. A banda formada por Duda Calvin (vocal), James Andrew (guitarra), Rodrigo Gaspareto (baixo) e Rafael Heck (bateria) mandaram ver no punk-rock. Fizeram um show com muita intensidade e guitarra distorcida. Não faltou a tradicional roda punk e o mosh do guitarrista James. Músicas como “Velhas Fotos”, “Sexo, Algemas e Cinta-liga”, entre outras foram cantadas em plenos pulmões. Tequila Baby é realmente punk-rock até os ossos!

Confira Tequila Baby ao vivo em Alvorada clicando na imagem abaixo:



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Texto, fotos e vídeo: Denilson Rosa dos Reis 

terça-feira, 15 de novembro de 2016

RICK FERREIRA EM ALVORADA

Rick Ferreira e Denilson Reis
O guitarrista e produtor Rick Ferreira esteve em Alvorada/RS no dia 07 de agosto de 2016 para participação da Confraria do Rock, evento fechado para os amantes do rock’n’roll poderem ouvir e bater papo com os músicos convidados.

Rick Ferreira é uma lenda! Só para vocês terem uma ideia, o cara foi o grande parceiro musical de Raul Seixas. A partir de 1974, com o lançamento do álbum “Gita”, ele gravou todos os discos do Raul, além de produzir o disco "Uáh-Bap-Luh-Bap-Láh-Béin-Bum". Mas não foi só com o Raul que Rick tocou. Na sua lista podemos incluir Zé Ramalho, o tremendão Erasmo Carlos, com quem tocou por mais de 20 anos, entre outros, e aí podemos incluir o pessoal da música sertaneja.

Um roqueiro tocando música sertaneja? Na conversa com o público, Rick disse que, quando os sertanejos passaram a incluir uma pegada mais country em suas músicas, começaram a chamar ele. Rick sempre foi muito influenciado pela música country norte-americana, sendo o precursor do uso da guitarra country no Brasil.

Em sua vinda a Alvorada, Rick Ferreira tocou todos os clássicos do mestre Raul Seixas. Esteve acompanhado de Cleiton Amorim, músico que desenvolve um projeto cover de Raul Seixas, e Luciano Pinto, baixista e grande conhecedor da obra de Raul. Entre os clássicos, Rick foi contando muitas histórias de sua carreira ao lado de Raul Seixas e outros músicos. Rick Ferreira, uma lenda viva em Alvorada!

Confira Rick Ferreira ao vivo em Alvorada clicando na imagem abaixo:

"Canceriano Sem Lar"

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Texto, fotos e vídeo: Denilson Reis

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

JUSTIN VASCONCELOS & KING JIM

CD "Hot 20" dos Garotos da Rua
Justin Vasconcelos e King Jim (Ricardo Cordeiro) são, respectivamente, o guitarrista e o saxofonista/vocalista da extinta banda de rock gaúcha, Garotos da Rua. A banda foi formada em junho de 1983 e tinha como componentes, além dos dois, Bebeco Garcia (guitarra e voz), falecido em 2010, Edinho Galhardi (bateria) e Mitch Marini (baixo). Outros músicos integraram a banda ao longo dos anos.

O Garotos da Rua teve uma carreira consolidada com seis discos de estúdio e músicas que viraram hits e até clássicos do rock nacional. Conseguiram emplacar música em novela da Globo e acabaram indo morar no Rio de Janeiro, onde eram figurinhas carimbadas em programas de auditório. Com a saída de Bebeco da banda, King Jim assumiu os vocais, agora sozinho, e junto com Justin tocaram a banda até 2015, quando, por motivos de registro deixaram de usar o nome “Garotos da Rua”.

King Jim e Justin Vasconcelos continuam na estrada tocando o repertório do Garotos da Rua e compondo novas canções. A dupla esteve no dia 23 de julho em Alvorada/RS para participar de mais uma edição da Confraria do Rock. Naquele clima de bate-papo intercalado por músicas, contaram várias histórias envolvendo a banda e também outras bandas. Satisfizeram o público tocando músicas consagradas com “Tô de Saco Cheio”, “Você é Tudo que eu Quero”, “Sabe o que Acontece Comigo?”, “Meu Coração não Suporta Mais”, entre outras. Garotos da Rua é clássico do rock!

Confira Justin & King Jim ao vivo em Alvorada clicando na imagem abaixo:

"Você é Tudo que eu Quero"

Confira galeria de fotos de Justin & King Jim em Alvorada clicando na imagem abaixo:




Texto, fotos e vídeo: Denilson Reis
Montagem do vídeo: Fernanda Reis
Revisão de texto: Gilson Gustavo

domingo, 7 de agosto de 2016

DJAVAN – VIDAS PRA CONTAR

Arte de Bira Dantas
Sempre me identifiquei muito com o rock’n’roll. A MPB acabou passando meio que ao largo de meu gosto musical. Mas isso não me impediu de ter a mente aberta e apreciar os excelentes músicos e compositores que temos no Brasil, especialmente aqueles que fazem um trabalho mais voltado para o jazz contemporâneo. Entre estes artistas, tenho um como destaque pelas sonoridades jazzísticas e melodias que flertam com o pop. Estou falando de Djavan.

Curto o trabalho de Djavan há décadas. Inclusive tenho discos do artista em minha coleção, mas ainda não havia apreciado um show ao vivo. No dia 07 de julho de 2016, aproveitei a oportunidade. Djavan veio a Porto Alegre, no Auditório Araújo Vianna para o show de lançamento de “Vidas pra Contar”, vigésimo terceiro álbum de sua discografia. Djavan completou 40 anos de carreira em 2015. Foi coroado com o Grammy Latino de excelência musical, em homenagem ao conjunto de sua obra.

No show que durou 2h, Djavan começou apresentando músicas de seu novo disco e na primeira intervenção com o público falou do amor: "É um tema recorrente para qualquer autor do mundo e vai ser sempre, porque é ele que move a vida, e sem ele a vida não se justifica". Logo tocou “Te Devoro”. A partir daí, foi mostrando os sucessos de sua carreira, embora ao final do show senti falta de algumas músicas como: “Se” e “Oceano”. Mas nada que desmereça o espetáculo.

A banda que acompanha Djavan é um espetáculo a parte. Formada por Carlos Bala (bateria), Jessé Sadoc (flügelhorn, trompete e vocal), Marcelo Mariano (baixo e vocal), Marcelo Martins (flauta, saxofone e vocal), Paulo Calasans (teclados e piano) e João Castilho (guitarras, violões e vocal). Destaco a performance do baterista Carlos Bala, o músico é um monstro, um dos melhores em seu instrumento.

Valeu muito a pena ter aproveitado esta oportunidade e ver ao vivo esta lenda da música Mesmo com idade já avançada é um carismático no palco, apresenta uma jovialidade ímpar em sua performance. Vida longa ao mestre da música popular brasileira!


Assista trecho do show ao vivo clicando na imagem abaixo:



Confira galeria de fotos clicando na imagem abaixo:


Texto, fotos e vídeo: Denilson Rosa dos Reis
Montagem do vídeo: Fernanda Reis
Revisão: Gilson Gustavo (RS)
Ilustração: Bira Dantas (SP)

sábado, 18 de junho de 2016

MÁRCIO PETRACCO E TCHÊ GOMES

Autografos Petracco e Tchê Gomes
A terceira edição da Confraria do Rock Alvorada/RS ocorreu dia 07 de junho de 2016, no Boteco do Neco, com a presença dos guitarristas do TNT, Márcio Petracco e Luís Henrique “Tchê” Gomes.

Os músicos possuem uma carreira consolidada com participação em grandes bandas e projetos musicais de alta competência. Começaram tocando no TNT, uma das bandas mais significativas do rock gaúcho. TNT tinha uma pegada muito roqueira e inspirada no blues. Com o TNT gravaram 4 álbuns, além de um disco ao vivo, uma coletânea solo e uma coletânea coletiva, Rock Grande do Sul. Após o fim do TNT, envolveram-se em trabalhos diversos como a Pura Sangre, de Tchê Gomes e os Cowboys Espirituais, de Márcio Petracco. Atualmente os guitarristas estão tocando com a Tenente Cascavel, banda formada por ex-integrantes do TNT e dos Cascavelletes, com o propósito de tocarem clássicos das duas bandas.

Tchê Gomes começou falando que ambos se conheceram na escola, tinham aproximadamente 10 anos. Tchê disse: “Petrtacco foi meu professor de guitarra”. “Ensinei o Tchê sem saber nada”, rebateu Petracco sorrindo. Só aí já dá para ver o tom descontraído do bate-papo regado a muitos clássicos do rock gaúcho, que o público da Confraria pode conferir de perto.

Entre as músicas: “Ana Banana”, “Gata Maluca”, “Não Vou Mais Voltar”, “Não Sei” e “Cachorro Louco”, do TNT; “Lobo da Estepe”, “Sob um Céu de Blues”, “Jéssica Rose” e “Carro Roubado”, dos Cascavelletes”; e “O Mundo é Maior que Teu Quarto”, dos Cowboys Espirituais. Fizeram o público cantar junto em uma apresentação que durou aproximadamente 2h. Foi uma grande noite de celebração do velho e bom rock em Alvorada.


Assista trecho do show ao vivo clicando na imagem abaixo:

"Gata Maluca" do TNT

Confira galeria de fotos clicando na imagem abaixo:

Tchê Gomes & Denilson Reis
Texto, fotos e vídeo: Denilson Reis
Edição de vídeo: Fernanda Reis
Revisão: Gilson Gustavo

segunda-feira, 16 de maio de 2016

VIVA ROCK BRASIL

Família Reis conferindo o show
O rock brasileiro tem uma longa estrada já consolidada no universo da música popular brasileira. Desde a Jovem Guarda nos anos 60 até o movimento roqueiro dos anos 80, passando pelos anos 70 com Mutantes e Raul Seixas e, chegando as novas gerações, o rock brasileiro tem uma história. Esta história procurou ser mostrada no show “Viva Rock Brasil”, dia 03 de abril de 2016, no Anfiteatro Pôr do Sol em Porto Alegre/RS.

O evento tem como diretor musical Liminha e conta com um time de primeira no palco: João Barone (bateria), Liminha (baixo), Dado Vila Lobos e Rodrigo Suricato (guitarras), Maurício Barros (teclados) e Milton Guedes (sax). Os músicos convidados foram: Paulo Toller, Nando Reis e a banda Paralamas do Sucesso.

Com aproximadamente 30 músicas num espetáculo de mais de 2h. Grandes obras do rock nacional fizeram parte do show, mas algumas ficaram de fora. Sei que é difícil condensar toda uma história sem esquecer alguns nomes. Para mim, particularmente, achei inadmissível terem esquecido o Ira!. Sou fã de carteirinha da banda, eles construíram uma carreira que alguns homenageados no setlist estão longe de conseguir. Também esqueceram do rock gaúcho, incluindo apenas uma música da Cachorro Grande.

O show em si foi fantástico! Impossível não se emocionar ouvindo ao vivo clássicos do rock brasileiro, em especial aqueles que fizeram parte de minha adolescência como “Marvin”, “Meu Erro” e “Será”. E o que dizer então de Nando Reis cantando “Guita” de Raulzito, ou Paula Toller cantando “Agora só Falta Você”, da Rita Lee. Viva o rock Brasil!

Assista trecho do show ao vivo clicando na imagem abaixo:

"Até Quando Esperar" da Plebe Rude
Confira galeria de fotos clicando na imagem abaixo:


Texto, fotos e vídeo: Denilson Rosa dos Reis

segunda-feira, 11 de abril de 2016

TRIBUTO: JÚPITER MAÇÃ

Na platéia aguardando ao show
Domingo, 13 de março de 2016 ocorreu um tributo a Júpiter Maçã, músico gaúcho falecido em 2015, aos 47 anos. O evento reuniu mais de 30 músicos que participaram direta ou indiretamente da carreira do músico, no auditório Araújo Vianna em Porto Alegre/RS.

Júpiter Maçã iniciou sua carreira na década de 1980 no TNT, ao lado de Charles Master, Nei Van Sória e Felipe Jotz. Na época, Júpiter usava seu nome de batismo, Flávio Basso e compôs alguns clássicos da banda, gravados em seu primeiro disco. Flávio e Nei deixaram o TNT para criar uma das bandas mais cultuadas do rock gaúcho. Ao lado de Frank Jorge e Alexandre Barea surgiu Os Cascavelletes.

Foi com os Cascavelletes que Flávio ficou conhecido nacionalmente com músicas escrachadas como “Morte por tesão”, “Nega Bombom” e baladas sangrentas como “Sob um Céu de Blues”. “Nega Bombom” chegou a integrar trilha sonora de novela da Globo!

Com o fim dos Cascavelletes, no início dos anos 1990, Flávio assume a alcunha de Júpiter Maçã e lança o clássico disco A Sétima Efervescência (1997). O disco mostra toda a pegada psicodélica que viria a consagrar o músico. Entre as músicas podemos destacar “Lugar do Caralho”, que futuramente viria a integrar a trilha sonora do filme Wood & Stock, animação de Otto Guerra.

Júpiter Maçã lançou ainda: Plastic Soda (1999), onde passou a assinar seu nome em inglês, Júpiter Apple, Hisscivilization (2002), Bitter (2007), Uma Tarde na Fruteira (2008) e o DVD Six Colours of Frenesi (2014). Sua morte o impediu de lançar novos trabalhos que estavam previstos para 2016.

O tributo foi comandado pro Carlinhos Carneiro da banda Bidê ou Balde e contou com a participação, entre outros, de Duda Calvin, da Tequila Baby; Frank Jorge; Marcelo Gross, da Cachorro Grande; Rafael Malenotti, dos Acústicos e Valvulados; Wander Wildner; Edgard Scandurra, do Ira!; além de companheiros de banda como Nei Van Sória, ex-Cascavelletes, e Marcio Petracco, ex-TNT.

O público pôde se deliciar com o repertório que não deixou de fora praticamente nenhuma das canções de Júpiter. Tivemos: “Entra Nessa”, “Sob um Céu de Blues”, “Lobo da Estepe”, “Um Lugar do Caralho”, “Beatle George”, “As Tortas e as Cucas”, “A Marchinha Psicótica de Dr. Soup”. Um dos momentos mais bacanas foi “Miss Lexotan” cantada pelo guitarrista Edgard Scandurra. Scandurra e sua banda Ira! gravaram esta no disco Você Não Sabe Quem Eu Sou de 1998. Tributo ao Júpiter Maçã foi uma grande iniciativa dos músicos gaúchos.

Assista Edgar Scandurra no Tributo a Júpiter Maçã ao vivo em Porto Alegre/RS clicando na imagem abaixo:

Scandurra, "Miss Lexotan"

Veja galeria de fotos do Tributo a Júpiter Maçã em Porto Alegre/RS clicando na imagem abaixo:

Márcio Petracco e Tchê Gomes

Texto, fotos e vídeo: Denilson Rosa dos Reis

quarta-feira, 16 de março de 2016

THE ROLLING STONES EM PORTO ALEGRE

Arte de Gabriel Renner
No universo da música popular moderna e contemporânea, alguns artistas viraram clássicos, mas outros viraram lendas. Normalmente as lendas são aqueles que morreram para virar um mito, poucos se tornam lendas ainda em vida e os Rolling Stones conseguiram esta façanha. Quando anunciaram a vinda dessa lenda para Porto Alegre/RS pensei que não poderia ficar de fora, pois seria a oportunidade de vê-los ao vivo.

Num primeiro momento, ver os Stones seria algo de obrigação de qualquer roqueiro, mas após a apresentação da banda no dia 02 de março de 2016 no Estádio Beira-Rio, minha compreensão do que significa os Stones ao vivo mudou. Não era mais ver uma banda que escuto há três décadas e que tenho gravado na memória uma dezena de riffs guiterreiros. Ver os Stones foi ver um baita show de rock, mesmo que em cima do palco estivessem quatro caras com setenta anos de idade, a vitalidade deles foi algo inacreditável.

Quando o relógio marcou 21h, ouviu-se uma voz anunciar: “The Rolling Stones”. Na sequência veio o primeiro riff clássico da noite, “Jumpin Jack Flash”. No palco comecei a ver Keith Richards, Ron Wood e Mick Jagger. Pela minha colocação na arquibancada, quase rente ao palco na diagonal, não foi possível acompanhar Charlie Watts na bateria, só quando Jagger o apresentou ao público e ele veio a frente do palco. Ver essas lendas ali na minha frente foi algo mágico. Quando Jagger veio até a lateral do palco e ficou frente a nós, vi minha esposa apontando para ele com uma mão e com a outro segurando o queixo como quem diz “eu não acredito, é o Mick Jagger”. Sim pessoal, esta foi a expressão do público ao ver essa lenda viva do rock.

Durante 2h os Stones desfilaram clássicos da banda e, mesmo tocando músicas como “It’s Only Rock’n’Roll (But I Link It)”, “Let’s Spend The Night Together”, “Paint It Black”, “Honky Tonk Women”, “Star Me Up”, Miss You” e tantas outras, o certo é que qualquer que fosse o setlist, sempre vai faltar alguma música para os fãs, afinal 50 anos de carreira não são 5. Alguns momentos foram marcantes: em “Gimme Shelter” a vocalista Sasha Allen soltou a voz e ganhou o público; em “Sympathy For The Devil” tivemos um show de imagens personalizadas no palco e telões.

Quem acompanha a banda sabe de sua relação com o blues. O nome já é uma referência a uma música do Mestre Muddy Waters. “Brown Sugar” certamente foi a mais esperada pelos blueseiros que foram conferir os Stones. Ao assumir os vocais, Keith Richards mandou ver no blues e fez uma dobradinha de guitarra com Ron Wood. Mick Jagger fez os 48 mil espectadores do Beira-Rio cantarolar um blues num momento espiritual de fazer arrepiar. Viva o Blues!

Durante o show a chuva começou a apertar até que muita água começou a rolar. Num primeiro momento todos ficaram apreensíveis, como ficará a apresentação. Mas, quando Jagger viu o público interagindo mesmo “debaixo d’água”, sentiu que deveria dar algo a mais. Por outro lado, o público vendo aquele senhor de 72 anos saracoteando independente da chuva que caía, fez com que o público ovacionasse ainda mais a banda. No fim, a chuva criou uma simbiose entre banda e público que só ressaltou a grandiosidade da apresentação.

No bis, o Coral da Puc-RS subiu ao palco para acompanhar os Stones em “You Can’t Always Get What You Want”. Genial isso! Muito bacana ver a preocupação da banda em interagir com a cidade e com as pessoas onde eles vão tocar. Durante o show Mick Jagger conversou em português em vários momentos e ainda brincou dizendo que Ron Wood era gaúcho. Para encerrar, “(I Can’t Get No) Satisfaction” não poderia deixar de ser a música escolhida. Não é a música que mais curto, mas esperei mais de três décadas para gritar bem alto na frente dos Stones: “I CAN’T GET NO SATISFACTION”.

Assista aos Rolling Stones ao vivo em Porto Alegre clicando na imagem abaixo:

Stones, Honky Tonk Woman

Veja a galeria de fotos do show dos Rolling Stones em Porto Alegre clicando na imagem abaixo:



Texto e vídeo: Denilson Rosa dos Reis

Ilustração: Gabriel Renner (RS)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

CONFRARIA DO ROCK ALVORADA

A Confraria do Rock de Alvorada foi criada para reunir a galera que curte rock’n’roll e acompanhou a efervescência do rock gaúcho nos anos 1980.


FRANK JORGE

Denilson & Frank Jorge
Quem abriu as atividades do grupo foi o músico Frank Jorge. Frank tem um trabalho respeitado como músico, cantor e compositor. Participou da lendária formação dos Cascavelletes, acompanhou vários artistas e participou de diversos projetos músicais. Além de uma carreira solo, é um dos fundadores da Graforréia Xilarmônica, com quem tem tocado frequentemente a pedido dos fãs.

Frank Jorge esteve participando da Confraria do Rock no dia 23 de setembro de 2015. Partindo da proposta do evento, Frank tocou músicas consagradas de sua carreiRa, tanto de seu trabalho solo como das bandas que participou ou participa como Cascavelletes e Grafaorréia Xilarmônica. Num clima intimista, violão e voz, Frank foi contando história e causos de sua trajetória no rock gaúcho, além de comentar sobre a criação e composição de suas músicas. O público da Confraria ficou muito agradecido pela participação do músico e a recíproca foi a mesma, pois Frank promete voltar em outras oportunidades.

Confira Frank Jorge ao vivo na Confraria do Rock Alvorada clicando na foto abaixo: 


Frank Jorge "Amigo Punk"



JÚLIO RENY

Júlio Reny, Denilson & Frank Jorge
A 2ª edição da Confraria do Rock de Alvorada trouxe Júlio Reny. O cara é considerado um dos precursores da cena sulista roqueira, quando lançou “Último Verão” em 1983. Ainda na década de 1980 formou a Expresso Oriente, que contou com músicos como Jimi Joe, Edu K e Frank Jorge. Já na década de 1990, Júlio juntou-se a Márcio Petracco (TNT) e Frank Jorge (Cascavelletes) e fizeram muito sucesso como os Cawboys Espirituais. Júlio Reny tem uma longa estrada como músico e ator, colocando vários clássicos na lista das mais conhecidas do chamado rock gaúcho.

Júlio Reny esteve participando da Confraria do Rock no dia 25 de outubro de 2015. Sua apresentação começou com “Cine Marabá” que Júlio diz ser o começo de tudo. Com um início meio tímido, aos poucos o mestre do rock gaúcho foi se sentindo mais a vontade e, dentro da proposta do evento, contou muitas histórias de sua participação na cena roqueira e de Porto Alegre como um todo. A noite foi repleta de clássicos como “Amor e Morte”, “Não Chores Lola”, “Sandina” e muitas outras. Também tocou músicas de sua fase no Cawboys Espirituais, fez homenagem a Bebeco Garcia dos Garotos da Rua (falecido em 2010) e tocou sua versão para “Amada Amante”, de Roberto Carlos. Como Júlio veio acompanhado de Frank Jorge, abriu espaço para o vocalista da Graforréia Xilarmônica tocar músicas como “Amigo Punk”.

Esta foi a quarta vez que Júlio Reny esteve em Alvorada. As três primeiras vezes foram no século passado. Esperamos que não leve tanto tempo para Júlio voltar a nossa cidade.

Confira Júlio Reny ao vivo na Confraria do Rock Alvorada clicando na foto abaixo:

Júlio Reny "Amor e Morte"

Texto, fotos e vídeo: Denilson Rosa dos Reis