domingo, 26 de maio de 2013

ACHID CHAOS TOUR 94

Sepulxama - arte de Edgar Franco
Ramones, Sepultura e Raimundos. Este foi o trio que os gaúchos puderam assistir em plana quarta-feira, 09thrashes/punks/algo mais, por um bom show.
de novembro de 1994, pela Achid Chaos Tour 94. Foram aproximadamente duas horas e meia de muito rock’n’roll e que embalou os sedentos 10 mil

Pontualmente às 20h30min sobe ao palco a revelação do ano, Raimundos. Prejudicados pelo som ruim e até mesmo porque estavam guardando toda a potência para o Sepultura, considerei o show fraco. O ponto alto dos Raimundos são a mistura de hardcore com ritmos nordestinos que são embalados pelo vocal. Como o som estava ruim, isto ficou prejudicado, pois não se entendia o vocal. Não é preciso dizer que o ponto alto foi o sucesso radiofônico “Puteiro em João Pessoa”.

Após 30 minutos de Raimundos, surge o logotipo do Sepultura no palco, aí é um êxtase só. Embora tenha ido para ver ao vivo os Ramones, tinha uma curiosidade de ver como estava o Sepultura após este tempo no exterior e dois discos lançados mundialmente. Dos três shows que o Sepultura havia feito em POA, acompanhei dois, mas isso foi antes do “Arise” e tudo aquilo que vocês já sabem. Quando Max (vocal e guitarra), Igor (bateria), Paulo Jr (baixo) e Andreas Kisser (guitarra) sobem ao palco nos acordes de “Refuse/Resist” do último disco “Chaos A.D.” a galera vai ao delírio, pois muitos jovens que descobriram o Sepultura após “Arise”, ainda não tinham tido a oportunidade de ouvir o peso da banda ao vivo. A banda está excelente, bem melhor do que antes. Saiu daquele bate-estaca puro e simples e já parte para músicas mais bem trabalhadas e até com boas melodias. Teve solo do Andreas que percebi um ‘jazzmetal’, se é que existe isto. O Sepultura não dispensou nenhum de seus petardos e ainda incluiu “Simpton of the Universe”, do Black Sabbath e “Orgasmatron” do Motorhead, esta o ponto máximo do show. Para terminar, o já tradicional bis com “Polícia” dos Titãs. Foram 1h e 10min do melhor som pesado do planeta.

Arte de Maria Jaepelt
Depois de uns 30 minutos trocando o palco, estava tudo pronto para o grande final com os Ramones. Ao som de uma trilha sonora de filmes de Western, Joey (vocal), Marky (betria), Johnny (guitarra) e CJ (baixo), sobem ao palco e são recebidos aos brados de “Hey Ho, Let’s Go!”. Já é a segunda apresentação dos Ramones em POA e como não havia os visto da primeira vez, estava curiosos. Não tive muitas surpresas. Vi um show muito bom, de uma banda competente e com músicas legais. Foi um show super-dançante, embora tenha aqueles que não acreditam que rock’n’roll seja dançante. As músicas são tocadas em blocos, com cada bloco tendo quatro ou cinco músicas sem intervalo. Sem dúvida, das mais de 30 músicas tocadas, “Pet Semitery” foi a mais festejada. Com mais ou menos 1 hora de show a banda brinda o público com uma ida e volta para três bis. Já entrava na madrugada do dia seguinte quando o público se deu conta de que tinha visto uma maratona musical que ficará marcada na história do Ginásio Gigantinho.

Texto: Denilson Rosa dos Reis
Ilustrações: Edgar Franco (GO) & Maria Jaepelt (SC)

2 comentários:

  1. LENNON OU McCARTNEY?

    *Alysson Almeida

    Como qualquer beatlemaníaco que se preze, que chama os quatro rapazes de Liverpool pelo primeiro nome, e que defende com unhas e dentes até os piores momentos (se é que existem!) do “Fab Four”, escolher um dos quatro como o beatle favorito se torna uma tarefa hercúlea.
    Descrever a personalidade de cada um dentro do grupo se tornou estereotipada pela crítica através dos anos sendo John, o lirismo, Paul, a musicalidade, George, a espiritualidade e Ringo, o cara mais sortudo do mundo. Apesar de que, na minha humilde opinião, sempre achei que Ringo era o amor, que tornava coesa a química entre os quatro.
    Fica fácil notar a polarização das atenções que sempre foram atribuídas à Lennon e McCartney, como forças criativas maiores dentro do grupo. Inicialmente parceiros, os dois foram se distanciando com o passar do tempo, mas nunca deixando a assinatura Lennon & McCartney se perder com este distanciamento.
    Quando John Lennon se tornou mais introspectivo, amargo e até polêmico, talvez pela influência assumida de Bob Dylan, Paul McCartney demonstrava claros sinais de evolução no conhecimento musical, tanto teórico quanto prático, tornando os arranjos das músicas cada vez mais ricos e elaborados.
    A concepção das canções a partir do álbum “Rubber Soul” (1965) indicava claramente que ambos compunham sozinhos, e assinavam em dupla, vide a balada quase renascentista “Michelle”, de Paul, e as letras ácidas em “Think for Yourself” e “The World”, de John.
    “Revolver” (1966), “Sgt. Pepper” (1967) e “Magical Mystery Tour” (1967) intensificaram ainda mais esta individualidade, talvez pelo amadurecimento individual pelo qual estivessem passando, talvez pelo experimentalismo guiado pelas drogas, ou ainda, pelo cenário musical da época, que influenciava diretamente na exploração de outras paisagens sonoras, que convenhamos, deviam ser bem difíceis de ser compartilhadas em dupla, durante as “viagens”.
    “The Beatles” (1968), conhecido como o “Álbum Branco”, selou definitivamente esta individualidade, apresentando-se como pequenas pílulas de meditação interna, de cada um, transformadas em música, transparecendo a mínima influência de um no trabalho do outro.
    Os próprios Beatles sentiram este distanciamento e tentaram voltar a ser uma “banda” com o projeto inicialmente intitulado “Get Back”, que mais tarde seria lançado como “Let it Be”, em 1970, como o “canto dos cisnes” do quarteto. O que deveria ser um resgate de volta às raízes do grupo, tornou-se uma via crucis de frente às câmeras, que mostraram as rusgas e os nervos à flor da pele pela introdução de um novo personagem, totalmente alheio ao “modus operand”i dos Beatles: Yoko Ono. Com a produção convulsiva de Phil Spector o projeto quase acabou de vez com a banda.
    George Martin, eterno produtor dos Beatles, cita na Antologia do quarteto, que os quatro o procuram lhe pedindo se ele não produziria mais um disco pra eles. Martin aceitou e produziu a obra prima “Abbey Road” que em suas palavras “foi feito com um lado pra agradar John e o outro para agradar Paul”.
    Depois do término dos Beatles todos os quatro iniciaram carreiras solo interessantes, sendo que Paul sempre foi o mais prolífico dos quatro, e John o mais combativo.
    Todo mundo diz que John era mais rocker e Paul mais “meloso”. Contudo a música que definiu a carreira de John Lennon foi “Imagine”, uma balada romântica sobre paz e amor, enquanto que Paul, com seu disco mais famoso, “Bando n the Run” (1973), brindou o mundo com um dos melhores discos de Rock and Roll de todos os tempos.
    Em suma, se alguém perguntar John ou Paul? Eu fico com ambos, porque afinal de contas em um tempo em que tudo o que se precisava era o amor, os dois escreveram e compuseram sobre o tema como ninguém.

    *Funcionário público e Beatlemaníaco.
    Contato: alyssonalmeida2000@hotmail.com

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