Arte de Gervásio Santana |
O guitarrista
Carlos Santana veio a POA para um show de divulgação de seu mais recente
trabalho, o disco “Dance of the Rainbow Serpent”. Esta é a segunda aparição de
Santana. A primeira foi no remoto ano de 1973.
Domingo, 24 de
março de 1996, às 20h50min sobem ao palco Carlos Santana e sua banda. Foi
impossível não se arrepiar com seus solos e a percussão latina mantendo o
ritmo, logo já estávamos balançando os quadris – é inevitável. Infelizmente o
show teve a pior equalização dos últimos tempos, só melhorando um pouco após as
primeiras músicas. Mas o que importa é a performance de Santana, sua guitarra é
algo único na música, algo que nos transporta para outras dimensões, algo
ritualístico. Aliás seu último disco traz temas nestas linhas, com alusões aos
povos pré-colombianos e aos aborígenes australianos.
Santana deu mais ênfase a seu
disco “Brother” (1994), gravado com seu irmão Jorge Santana. Mas os jurássicos,
como eu, fomos recompensados com clássicos como “Samba Pati”, “Black Magic
Woman” e “Oye Como Vá?” – as duas últimas fazendo parte do bis. Durante o show
Carlos Santana comunicou-se com o público, o que não foi muito difícil devido a
seu espanhol. Nos seus discursos falou em luz, paz, amor e harmonia que sua
música procura levar as pessoas. A banda que acompanhou Santana tinha Chester
Thompson (teclados), Myron Dove (baixo), Billy Johnson (bateria), Tony Lindsay
(vocal) e dois percussionistas.
No final, após
2h e 30min, vimos um show magnífico proporcionado por um guitarrista que não
quer impressionar com virtuosismos, mas sim tocar fundo nossas almas.
Texto: Denilson Rosa dos Reis
Ilustração: Gervásio Santana (RS)
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