domingo, 22 de abril de 2012

Roger Waters – The Wall Live Porto Alegre 2012


Arte: Paulo Fernando

Domingo, 25 de março de 2012, Porto Alegre presenciou a abertura da turnê “The Wall Live”, no Brasil, do ex-baixista do Pink Floyd, Roger Waters. Desde que saí do estádio Beira-Rio, palco do show, fiquei pensando em como definir o que assisti, mas não tenho palavras! Pensando bem, foi o maior espetáculo da Terra!

Imagine um show de rock que consiga misturar música, cinema, teatro, discurso ideológico e discurso pacifista. Sim, você está pensando em The Wall, mas o que ouvimos no disco ou vimos no filme de Alan Parker ainda é pouco para definir esta turnê de Roger Waters. Nunca imaginei que “O Muro” poderia ganhar, ao vivo, a força que a música de Waters e o filme de Parker já haviam me transmitido. O Show é um tremendo espetáculo, daqueles que ficamos estáticos, de olhos vidrados olhando para o enorme muro que cortava o estádio de uma lateral a outra do fundo do campo, muitas vezes deixando a banda no palco como segundo plano. Mas longe de ser demérito aos músicos, é um conceito de arte-espetáculo.

Certamente, o público ficou na dúvida de qual momento foi mais significativo. O início, com “In The Flesh”, vendo uma explosão de luz e fogos que culmina com um avião colidindo com o muro ou ao longo do espetáculo – volto a frisar, foi mais que um show – quando uma sucessão de imagens, frases, animações, bonecos gigantescos e um enorme javali inflável sobrevoando o público mostraram que o espetáculo é completo.

Quanto às músicas, todas cantadas com maior ou menor intensidade, emocionando a multidão, seja pela canção em si ou pela imagem que remetia à música. Ver o guitarrista no alto do muro em “Confortable Numb”, o letreiro de “Run Like Hell” tomando conta do muro, a mais pop, “Another Brick In The Wall Part 2” com o boneco gigante do professor e até mesmo o muro sombrio em “Hey You” fica difícil de escolher “o momento” do show. O espetáculo vai ficar eternamente em nossas memórias.

Texto: Denilson Rosa dos Reis
Ilustração: Paulo Fernando (CE)


Estádio Beira-Rio

ERIC CLAPTON – PORTO ALEGRE (1990)


Arte: Jader Correa

Eric Clapton foi considerado um deus da guitarra. Isto é um pouco demais. Mas o importante é que os brasileiros tiveram a oportunidade de ver o melhor show internacional que já veio para cá. È indiscutível o carisma de Clapton e a capacidade de satisfazer gerações, pois como explicar a diferença de idade entre as 17 mil pessoas que foram ao Gigantinho, no dia 16 de outubro de 1990. E não é só a questão de ir, mas sim de participar, tanto pela euforia como cantando em diversas músicas. É de se ressaltar que o show do Clapton não é de apelo comercial e sim levado para o rythm’n’blues. Mas vamos ao show.

Pontualmente às 21h30 as luzes se apagam, o público fica eufórico e começa a ouvir-se a parte instrumental de “Layla”, toada só pelo teclado. Logo Mr. Eric Patrick Clapton sobe ao palco para delírio do público. “Pretending”, música do último Lp de Clapton – Jorneyman, abre o show, mais umas músicas e ele ataca de “I Shot the Sheriff” de Bob Marley é o primeiro hit da noite, sem dar fôlego vem “White Room”, música de sucesso da época que Clapton tocava no Cream. A partir daí rolou muito rythm’n’blues e o melhor da noite, um super blues onde Eric mostrou que sua paixão pelo blues supera qualquer fama que outras músicas mais comerciais possam lhe dar. Eric Clapton já estava totalmente entregue ao show, apresentando certamente uma das melhores performance de sua turnê pelo Brasil. O público delirava com o show, aplaudia e urrava a cada música executada. O show foi chegando ao seu clímax e Clapton atacou com a romântica “Wonderfull Tonight”. Logo vieram as clássicas “Cocaine” e “Layla”. Tinha chegado ao fim, após 2h, o melhor show que Porto Alegre já imaginou poderia ver.

Mas ainda era pouco, Eric volta sozinho e faz umas improvisações na sua guitarra Fender Stratocaster preta, logo a banda já está no palco e o rock’n’roll volta a rolar por mais 30 minutos onde cada um dos músicos mostram pro que acompanham Clapton. A banda: Tessa Niles e Katie Kisson nos vocais, o tecladista Greg Phillinganes, o guitarrista Phil Palmer, o baixista Nathan East, este uma verdadeira fera do baixo que surpreendeu muito com suas excelentes intervenções. Outro que deu um show a parte foi o percussionista Ray Cooper que comandou o público por longos minutos ao lado do baterista Steve Ferrone. Mas quem deu o toque final foi mesmo Eric Clapton. E após 2h30 o público saiu do Gigantinho satisfeito, pois o show de Eric Clapton ficará na memória dos gaúchos como um dos melhores dos últimos tempos e de muitos que ainda virão.

Texto: Denilson Rosa dos Reis
Ilustração: Jader Correa (RS)