Arte: Edgard Guimarães |
Parece perseguição, mas a cada
show que acontece em Porto Alegre a tendência é chover, pelo menos é o que
acontece na maioria das vezes. Neste domingo de páscoa (26/03/1989) onde o
cantor inglês, mas escocês de coração Rod Stewart se apresentou no Estádio
Olímpico, tudo indicava que a chuva iria rolar solta, pois começou a chover no
sábado à noite, mas felizmente o último toró foi domingo às 18h. 21h, Barão
Vermelho sobe o palco para abrir a festa, os fãs que me desculpem, mas o que
salva são as músicas da época do Cazuza como Maior Abandonado e Bete Balanço.
Não sei como os leitores da Bizz deram o 3º lugar como melhor baixista de 1988
para o Dé.
Após meia hora de Barão, começou
o corre-corre no palco, todos empenhados a cuidar o máximo para a entrada do
Rod. Já eram 22h, todos impacientes, de repente apagam-se os refletores e Rod
entra no palco, delírio da massa, agitação total, gritos, aplausos, tudo em
nome da alegria e eu só de canto. O show rolava e eu cuidava todos os pontos,
claro que o Rod não tem muito a ver com meu gosto musical, mas se levarmos em
conta as músicas do cara, veremos que o show tem o seu valor, pois ele sabe
fazer uma verdadeira balada. Escutando aquelas músicas vemos como o romantismo
está fraco hoje em dia, não existe mais aquele violão no início da música e nem
aquele solo de guitarra. Hoje é só teclado eletrônico do início ao fim.
Claro que no show não poderia
faltar os sucessos pasteurizados pelas gravadoras. Mas entre tudo isso temos de
elogiar a competência da banda que acompanha o Rod. Todos muito bons, como o
saxofonista que fez seu pequeno show ou o baterista que foi uma das estrelas da
noite, com uma performance num solo que certamente nos leva a crer que sua
escola não é outra senão o falecido e memorável Bonzo. O guitarrista esteve
sempre muito bem, mas para não ficar para traz o guitar-base resolveu duelar
com o solista e foi genial. Mas o ponto alto realmente ficou mesmo para o
rock’n’roll. Final de festa, foram 2h de show mais o tradicional bis, tudo para
o registro de outro astro do rock internacional que pintou por estas plagas.
Texto: Denilson Rosa dos Reis
Ilustração: Edgard Guimarães (MG)
E eu lá em plena Lua de Mel maravilhoso
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