Arte de Francisco Vilachã |
O Ira! é uma daquelas bandas que
quanto mais o tempo passa mais é bacana de ouvir. Suas músicas parecem que não
envelhecem, mesmo com quase 30 anos. Desta forma, saber que a banda retomou
suas atividades com novas músicas, novas turnês, depois de alguns anos em que
Nasi e Scandurra chegaram ao ponto de nem mais se falarem, foi a grande notícia
para os fãs do bom rock nacional do século passado.
Já escrevi em outras
oportunidades, mas é sempre bom mencionar novamente: considero o Ira! a grande
banda do rock brasileiro. Os caras conseguiram uma legião de fãs sem se atirar
de corpo e alma nas mãos do 'mainstream'. Foram aos poucos mostrando sua
competência e fazendo pequenas concessões quando necessário. O Nasi é um
carismático 'bandlider' e tem um pé na música 'black' que é muito forte – seu
projeto “Nasi e os Irmãos do Blues” comprovam isso. Já Scandurra é o próprio
rock'n'roll em pessoa, o melhor 'guitarhero' do rock nacional, e não pelas
poses, sim pela energia de palco.
A volta do Ira! nos palcos gaúchos
ocorreu no auditório Araújo Vianna, além de uma tour pelo interior do estado.
No Araújo, a banda esgotou os ingressos na primeira apresentação, em
agosto/2014 e, retornou no dia 25 de outubro para novamente lotar o auditório.
Já havia visto o Ira! ao vivo em outras duas oportunidades, mas estava curioso
para encarar os caras neste seu retorno.
O show de quase 2h de duração que
contou com 2 bis comprovou o que eu esperava. Os caras estavam muito a fim de
voltar a tocar. O público ficou satisfeitíssimo pois cantou junto e dançou o
tempo inteiro, mesmo em um teatro com poltrona, o público sentou em raros
momentos. Claro que o repertório ajuda, pois em 30 anos o Ira! construiu uma carreira recheada de hits e todos eles
estiveram presentes na apresentação: “Dias de Luta”, “Longe de Tudo”, “Flores
em Você”, “Tolices”, “Núcleo Base”, Envelheço na Cidade” e tantas outras.
Neste retorno, Nasi e Edgar
Scandurra são os membros remanescentes do quarteto original. Ao lado de Nasi e
Scandurra tocam: Daniel Scandurra (baixo), Johnny Boy (teclados) e Evaristo
“Vara” (bateria). Nasi confirmou toda sua liderança e carisma no palco,
interagindo com o público. Scandurra é fantástico! Tocando guitarra como
canhoto e sem inverter as cordas, consegue sonoridades múltiplas. O cara é um
show a parte, tem uma desenvoltura de palco e uma eletricidade que parece
ligado em 220w. Saímos do show com vontade de ver novamente.
Para assistir um trecho do Ira! ao vivo em Porto Alegre,
clic na foto abaixo
Momento tiete:
Após a apresentação, eu, minha
esposa Rosi, meu irmão Derimar e minha cunhada Ana, fomos até o camarim tietar
um pouco, tirar fotos, pegar autógrafos e bater um bom papo, mesmo que rápido.
Scandurra foi bastante solícito e aproveitei para comentar com ele sobre uma
música de seu disco solo Amigos Invisíveis, “Amores em BD”. Falei que curtia
quadrinhos e que achei genial ele compor uma letra onde cita as heroínas dos
quadrinhos, em especial as europeias. Ele ficou contente com a lembrança.
Denilson e Rosi com o guitarrista Scandurra |
Ilustração: Francisco Vilachã (SP)
Assisti a primeira apresentação deles em POA, no Salão de Atos da PUC, em 1983.
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