quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

DAVID GILMOUR EM PORTO ALEGRE

Dizem que homem não chora, mas toda a regra ou senso comum tem suas exceções. Quando David Gilmour subiu ao palco da Arena Portoalegrense, tocando a introdução instrumental “5 A.M.” de seu novo disco Rattle that Lock, a atmosfera mudou com o público recebendo o guitarrista do Pink Floyd de uma forma muito calorosa. Já na segunda música “Rattle that Lock”, que como disse, dá nome a seu novo disco, no momento em que começou a fazer o solo em sua guitarra, comecei a arrepiar e os olhos ficaram mareados, mas na quarta música, “Whish You Are Here”, as lágrimas despencaram e não foram algumas gotinhas, foi uma verdadeira cachoeira de lágrimas, pois um filme passou pela minha cabeça.

Comecei minha “vida de roqueiro” no início dos anos 1980, quando escutei a clássica “Another Brick in The Wall” pela primeira vez. A partir dessa música, abri minha cabeça para o mundo do rock. O filme The Wall de Alan Parker teve papel importante, pois fiquei impressionado com a capacidade criativa de Roger Waters. Curti tanto o disco/filme que fui atrás da discografia da banda e aí me caiu o queixo: a criatividade dos discos do Pink Floyd iam além do simples rock para divertir, as composições eram verdadeiras obras-primas, em que uma figura criava toda a atmosfera musical para as doideiras e genialidades de Waters. Estou falando do guitarrista David Gilmour.

Ver Gilmour tocando na minha frente, quase cara a cara, a clássica “Whish You Are Here” foi um momento que esperei por mais de três décadas. Quando conheci a Rosi, hoje minha esposa, ela ainda cursava o 2º Grau (Ensino Médio) e como tinha aula de inglês pedi para ela traduzir essa música. Naquela época, não havia internet nem os programas de tradução. Em nosso casamento, em vez da tradicional valsa nupcial dançamos ao som de “Whish You Are Here”. Então, quando Gilmour começou a cantar “So, so you think you can tell...” não me contive e fui às lágrimas. Terminada a música, era preciso me recompor, afinal teríamos quase três horas de show. Sequei as lágrimas e me concentrei no show que teria grandes momentos da carreira do Pink Floyd e músicas do novo disco de David Gilmour.

O guitarrista foi intercalando as novas canções com clássicos de vários discos do Floyd. Tocou “Astronomy Domine” do primeiro disco, The Piper at the Gates of Dawn, quando Gilmour ainda não era da banda. Deu destaque ao mais popular disco da banda, The Dark Side of The Moon, tocando “Money”, “Us and Them”, “Time” e “Breathe”. Não esqueceu The Wall tocando canções em que teve papel determinante nas composições com “Run Like Hell” e “Confortable Numb”. Privilegiou também músicas da fase em que liderou a banda nos discos A Momentary Lapse of Reason e The Division Bell como “Sorrow”, “Coming Back to Life” e “High Hopes”. Já do novo trabalho foram cinco músicas em que mostrou uma diversidade de sonoridades, inclusive não se furtando de tocar "The Girl in the Yellow Dress”, um cool jazz fantástico. Não esquecendo um momento iluminado da carreira da banda com “Shine on You Crazy Diamond”.

O show, que ocorreu dia 16 de dezembro de 2015, começou “britanicamente” às 21h e encerrou perto das 24h, ou seja, três horas de música com um intervalo no meio do show. Alguns momentos foram mágicos como os reloginhos no telão anunciando a chegada de “Time” e o solo quilométrico e eletrizante de “Confortable Numb”, última música do show. Gilmour falou pouco, ele se comunica com a guitarra através de seus solos. Falou mais para agradecer a recepção calorosa do público e para apresentar a banda, e que banda, diga-se de passagem. Começa com Phil Manzanera, ex-guitarrista do Roxy Music, Guy Pratt (baixo), Stevie Di Stanislao (bateria), Jon Carin e Keven McAlea (teclados) e o brasileiro João Mello no saxofone.

Gilmour para mim é o maior guitarrista da história do rock pois ele alia técnica, criatividade e a alma dos velhos blueseiros. Isto só reforçou o fato de eu me tornar um “floydmaníaco” e por isso foi muito difícil escrever este artigo. Faltam palavras para descrever toda a emoção de estar vendo ao vivo a lenda do Pink Floyd.

Assista David Gilmour ao vivo em Porto Alegre clicando na imagem abaixo:


Veja galeria de fotos do show de David Gilmour em Porto Alegre clicando na imagem abaixo:



Texto, video e fotos: Denilson Reis

domingo, 13 de dezembro de 2015

PEARL JAM EM PORTO ALEGRE

Arte de Lucas SB
Minha vibe roqueira é mais anos 1970, mas nos anos 1990 a banda Pearl Jam chamou minha atenção, quando surgiu na leva do rock de Seattle e o chamado movimento Grunge. O Pearl Jam veio fazendo um rock mais clássico e menos punk, em alguns momentos com bastante peso nos riffs, em outros baladas bem pegadas. Foi essa consistência roqueira que me conquistou e fez eu curtir bem mais a banda que outras que surgiram naquele período.

Por incrível que pareça, mesmo gostando da banda, acabei perdendo os shows anteriores realizados em Porto Alegre. Essa é a terceira vez que o Pearl Jam toca na capital gaúcha. Em 2005 tocaram no gigantinho, em 2011 no estádio do São José; e exatos quatro anos depois, no dia 11 de novembro de 2015 voltaram para apresentação na Arena Portoalegrense.

O Pearl Jam tocou em Porto Alegre dentro de sua turnê latino-americana que divulga o lançamento do disco Lightning Bolt (2013), que não é tão novo assim. A turnê começou no Chile, passou pela Argentina e chegou ao Brasil para cinco shows. A capital gaúcha foi escolhida para dar início as apresentações no Brasil.

O show do Pearl Jam foi competentíssimo com três horas cravadas de músicas. A banda subiu ao palco às 21h e só se despediu do público às 24h, mesmo com a administração da Arena tendo ligado as luzes quase uma hora antes achando que era o final do show. Foram exatas 33 músicas que empolgaram o público, em especial as canções do disco Ten como “Jeremy”, “Black” e “Alive”. Aliás, “Alive” é o grande clássico e fez a galera cantar junto.

Durante o show, Eddie Vedder interagiu de forma carismática com o público, inclusive escreveu alguns textos e pediu para traduzirem para o português para poder ler no palco. Essa foi uma atitude muito bacana e, para mim que acompanho vários shows internacionais, inédita. A data 11/11 marca o aniversário de Jill, esposa de Eddie. Ele pediu para o público cantar – em português puxado por ele – “Parabéns a Você”.

Além das três horas de show, conversas em português e uma banda muito competente formada por Eddie Vedder (voz), Mike McCready (guitarra), Stone Gossard (guitarra), Jeff ament (baixo) e Matt Cameron (bateria), o público gaúcho foi o primeiro a ver o Pearl Jam fazer o cover de “Comfortably Numb”, do Pink Floyd. Já é tradição da banda fazer covers em seus shows e eles escolheram o show de Porto Alegre para tocar esse clássico do Floyd pela primeira vez. Eu, como “floydmaníaco”, agradeço!

Confira Pearl Jam ao vivo em Porto Alegre clicando na imagem abaixo:



Texto: Denilson Reis
Ilustração: Lucas SB (RS)
Fotos: Denilson e Rosi Reis

domingo, 20 de setembro de 2015

ERIC CLAPTON

Arte de Jader Correa
Eric Clapton é um branquelo inglês que tem a alma do Blues. Foi assim que eu defini – quanta pretensão – o show de despedida deste senhor de 56 anos que passou por Porto Alegre dia 10 de outubro de 2001.

As 40 mil pessoas que lotaram o Estádio Olímpico puderam conferir de perto que Eric Clapton realmente tem a alma do Blues, não porque tocou Hoochie Coochie Man, um dos maiores clássicos do gênero, mas porque é isso que sentimos quando ele está solando, seja num rock’n’roll ou numa balada.

Mas nem todos que foram ao show estavam para conferir sua veia blueseira, a esmagadora maioria foi para curtir os clássicos de Clapton, e ele não decepcionou ao público, os eternos hits não foram esquecidos. Músicas como Layla e Cocaine, as baladas Tears in Heaven e Wondeful Tonight e o clássico do Crean, Sunshine of your Love fizeram o público sair do estádio dizendo que o show valeu o ingresso.

Texto: Denilson Rosa dos Reis

Ilustração: Jader Correa (RS)

domingo, 12 de julho de 2015

SURFACE – ANVERSO

Cláudia, Débora, Cientista e Miguel
A banda Surface foi formada em 1997, em Londrina/PR. Neste período lançou 4 CDs, 1 DVD, 1 Split/CD e participou de várias compilações – inclusive na Argentina, França e Rússia. Apesar das dificuldades de se fazer rock no interior do país conseguiu ter o nome em destaque por várias vezes. A banda participa ativamente do cenário underground nacional.

Em 2007 seu 3º CD “Desafio” obteve a honrosa 6ª posição na categoria de melhor álbum punk/hardcore pela revista Dynamite. Foi lembrada por 300 jornalistas e produtores de todo país e ficou muito bem classificada mesmo sem a estrutura de grandes gravadoras/produtores.

Divulgando para todo país e exterior a força do rock Londrinense, a banda mantém ao mesmo estilo desde o começo, punk rock e hardcore. Conciliando o peso do instrumental com a melodia dos vocais femininos. Já se apresentou por várias cidades do pais e tocou com bandas de renome.

CD e DVD "Anverso" da Surface
Atualmente divulga seu recém lançado 4º CD e um DVD, “Anverso”, no mesmo Box. Uma produção de mais de 3 anos de muito trabalho e investimento que tem um show completo e conta um pouco da história da banda. Produção Lab Rec (selo do Cientista) e patrocínio da Prefeitura de Londrina.

Tive o privilégio de ouvir o CD e assistir ao DVD. Show competente e bem produzido com um vocal feminino bem bacana e com o peso ideal para uma banda com influência do punk/hardcore. Outro belo presente é o material extra do DVD que traz a história da banda e como pano de fundo a história do movimento underground nacional, em especial destaque para os fanzines.

Formação: Cláudia (baixo); Débora (vocal); Luiz Eduardo Cientista (bateria) e Miguel (guitarra).
Contatos: facebook.com/surfacelondrina – cientista1@gmail.com

Confira o clip da música “Outro Engano” clicando na imagem abaixo:

Fonte: release

sábado, 20 de junho de 2015

MONSTERS TOUR 2015

Três monstros do “metal” estiveram em Porto Alegre/RS, dia 30 de abril, no estádio do São José para uma celebração do rock pesado. O ‘line up’ do evento intitulado Monsters Tour contou com Ozzy Osbourne, Judas Priest e Motorhead, ou seja, três nomes consagrados e com carreiras consolidadas, fato para fã nenhum do heavy metal deixar de comparecer ao festival.

Arte de Henry Jaepelt
A banda gaúcha 012 foi convidada como anfitriã, mas infelizmente a maioria do público que lotou o estádio não viu a apresentação dos guris. Falta de organização na coordenação da entrada do público e atraso na abertura dos portões fez com que se formassem longas filas. Outro problema de logística foi os poucos banheiros químicos, o que causou transtornos no intervalo dos shows. Mas vamos aos shows!

Pontualmente às 19h30, o Motorhead subiu ao palco trazendo toda a aura de um dos caras mais admirados do rock’n’roll, o senhor Lemmy. Depois de cancelar o show de São Paulo, os gaúchos estavam na expectativa, mas Lemmy compareceu e ao lado de Phil Campbel (guitarra) e Phil Taylor (bateria), o power trio contagiou o público com clássicos como “Ace of Spade”. Grande show de rock, bem basicão, sem muita técnica e virtuose, mas levantando o público.

Arte de Sandro Andrade
Às 21h15 foi a vez do Judas Priest ocupar o palco do Monsters Tour. Trazendo à frente o vocalista Rob Halford, o Judas mostrou um “metal” competente com uma dupla de guitarristas de primeira: Glenn Tipton e Richie Faulkner, além da cozinha ‘pesadassa’ formada por Scott Travis (bateria) e Ian Hill (baixo). Com uma carreira consolidada, o Judas Priest mostrou uma performance bastante competente, agradando ao público com músicas como “Breaking the Law” e “Pankiller”.

Arte de Laudo Jr
Para fechar a noite, mostrando pontualidade britânica, Ozzy Osbourne iniciou seu show às 23h, conforme marcado no cronograma. O show do Ozzy é um espetáculo, uma aula do melhor do rock pesado. Além do carisma de Ozzy, ele vem com uma banda fantástica composta por músicos de alto nível: Gus G (guitarra), segue a escola dos guitarristas do Ozzy; Tommy Clufetos (bateria), mostrou porque foi chamado para tocar na última turnê do Black Sabbath; e Rob Nicholson (baixo) e Adam Wakeman (teclado), também mostraram que estão à altura. No show temos um desfile de clássicos, tanto da carreira solo do Ozzy como do Sabbath.

Após a apresentação das três bandas, o público saiu satisfeito com a escolha das atrações, Ozzy Osbourne é o pai de todos e, Lemmy e Halford são duas lendas do “metal”. Os caras deram uma aula do como fazer barulho com sonoridades de qualidade e postura de palco.

Confira as bandas ao vivo clicando nas fotos abaixo!


Ozzy Osbourne - "Paranoid"
Motorhead - "Ace of Spades"
Judas Priest - "Breaking the Law"
Texto: Denilson Reis
Ilustrações: Henry Jaepelt (SC), Sandro Andrade (RS) e Laudo Jr. (SP)

domingo, 7 de junho de 2015

ALMAH

Com Edu falashi no 22º Animextreme
Almah é uma banda de metal criada por Edu Falaschi, ex-vocalista do Angra. A banda foi criada em 2006 como projeto solo de Edu, mas com a gravação do segundo disco tornou-se banda sendo bem recebida pela crítica. Em 2011 o Almah sai para sua primeira turnê mundial com shows no Japão e Europa. Em 2012 Falaschi anunciou sua saída do Angra, para concentrar-se no ALMAH como sua banda principal. Em 2013 vem o quarto álbum da banda e em 2014 faz mega show no Rock in Rio.

A banda Almah já lançou 4 álbuns “Almah”, “Fragile Equality”, “Motion” e “Unfold” e 7 vídeo clipes “Beyond Tomorrow” (2008), “Trace Of Trait”, “Late Night in ’85″ (ambos em 2011), “Days Of The New” (2012), “Living And Drifting”, “When And Why” (ambos em 2013) e “Believer” (2014).

Assisti, dia 09 de maio de 2015, o show do Almah dentro do 22º Animextreme, evento de cultura pop que ocorreu em Porto Alegre/RS. Edu Falashi vem participando de eventos do gênero e é um dos cantores que participam de versões de músicas de séries de anime. O show foi muito bom, embora para um público bastante genérico.


Confira Almah ao vivo no 22º Animextreme clicando na imagem abaixo!

Almah - "Wings of Revolution"

Texto: Denilson Rosa dos Reis
Fonte: Almah, Website Oficial